quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Por mares nunca dantes navegados

Na caravela de antanho, parto à procura do que não sei.
Mar revolto.
Oceano infinito.
Memória de lendas e fogos de São Telmo.

Sinto a maré cavalgar em meu corpo.
Salpicos a secarem em meus lábios.

Procuro entre o nevoeiro.
Os monstros, não podem acordar-me.
O escorbuto, dizima-os.
As sereias, enciumadas, não querem mostrar-se.

Continuo minha rota desviada pela corrente.
Escuto, apenas, o barulho das ondas entrelaçando meus cabelos.
Até à cintura!

6 comentários:

  1. Belíssimo texto! A blogger transforma-se repentinamente em poeta! Ou sereia? Se as sereias são um mito, por quê fazer-lhes serenatas à luz das Fogos de São Telmo?

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    1. As sereias são como o Pai Natal. Existem no nosso imaginário colectivo. Ou não.
      As serenatas, essas, cantadas à luz dos fogos de São Telmo, são apenas e só, para quem as consegue ouvir!🍀

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  2. Que extraordinária singeleza!
    Um belo (e irrecusável) convite para a incansável viagem à descoberta… de nós próprios!
    Muito obrigado, Poetisa!

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    1. Tudo o que é simples é belo.
      E o convite de que falas, está lá.
      No mar revolto, na viagem ... até no emaranhado de cabelos das sereias!🐚

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  3. Que bela história, tão simples, tão do nosso passado, tão da nossa realidade, tão eu!

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    1. Quando a estava a escrever, estava a lembrar-me de ti.
      Calculei que, quando a lesses, gostasses!🐬

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