quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Ninguém sente o que escrevo

 Ninguém sente o que escrevo

Escondo o caderno na lantana já sem flor

E o lápis no buraco da árvore 

O pássaro esfomeado 

Leva no bico os pontos dos " is "

Todos

Não consigo completar as palavras 

Nem as estrofes 

Dilui-se o pensamento na relva húmida 

Ninguém sabe o que escrevo

Só tu

Mão escondida na oliveira