Acordei às três da manhã, sobressaltada.
Estava a sonhar e a cama abanou-me o corpo frágil.
Pulei para o chão, cuidadosamente, e escrevi:
" Nas asas do sonho vai o pensamento,
volátil, diáfano, etéreo.
E eu,
fico na soleira da porta
à espera de encontrar
o que perdi. "
Voltei a deitar-me, sem sono e sem vontade.
Até ao momento em que o dia me interpelou.
.
domingo, 26 de fevereiro de 2017
sábado, 25 de fevereiro de 2017
Carnaval
Entre papelinhos e serpentinas solta-se-me o brilho dos olhos, reflectido no espelho da vida.
Episódios permanentes ou temporários desabrocham das profundezas da imagem..
Cursos de água sem princípio nem fim, contrastam com os magentas e sépias na envolvência deste quadrado onde me sinto.
No abstracto do pensamento e no figurativo do momento, com todas as suas variantes, construo mundos deixando bem vincada a forte componente cultural que lhe é intrínseca.
Servem estes dias para muitos andarem disfarçados. Para outros representarem o papel de sempre,
pálido, monocórdico, embriagado!
Episódios permanentes ou temporários desabrocham das profundezas da imagem..
Cursos de água sem princípio nem fim, contrastam com os magentas e sépias na envolvência deste quadrado onde me sinto.
No abstracto do pensamento e no figurativo do momento, com todas as suas variantes, construo mundos deixando bem vincada a forte componente cultural que lhe é intrínseca.
Servem estes dias para muitos andarem disfarçados. Para outros representarem o papel de sempre,
pálido, monocórdico, embriagado!
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017
Oração
Rezo, todas as noites.
Com uma vontade enorme de me encontrar com Deus.
Pedir-lhe ajuda e companhia.
Sinto-o bem perto mas não o vejo!
Ciente do valor do seu poder e profundamente emocionada, mesmo que por minutos poucos, estico-lhe a mão.
Rogo-lhe a oferta do dia seguinte,
com saúde e paz
com amor e emoção
com fascínio e liberdade
com objectivo e sem mágoa
com alegria e bondade
Sem tentações, vou deixar-me levar pela paixão e acreditar que o futuro poderá vir a ser um pouco melhor,
sem tristeza nem dor
sem mácula nem condição
sem sombra nem infortúnio
sem choro nem submissão
Acreditar, apenas , que um mundo com tecto e sem solidão ainda pode existir,
nos terraços das cidades
nas eiras das aldeias
na dolorosa intimidade dos amantes
no sonho desnudado
e que a crença, a esperança e o amanhã nos incendeiem a tranquilidade rotineira das nossas vidas frouxas!
Com uma vontade enorme de me encontrar com Deus.
Pedir-lhe ajuda e companhia.
Sinto-o bem perto mas não o vejo!
Ciente do valor do seu poder e profundamente emocionada, mesmo que por minutos poucos, estico-lhe a mão.
Rogo-lhe a oferta do dia seguinte,
com saúde e paz
com amor e emoção
com fascínio e liberdade
com objectivo e sem mágoa
com alegria e bondade
Sem tentações, vou deixar-me levar pela paixão e acreditar que o futuro poderá vir a ser um pouco melhor,
sem tristeza nem dor
sem mácula nem condição
sem sombra nem infortúnio
sem choro nem submissão
Acreditar, apenas , que um mundo com tecto e sem solidão ainda pode existir,
nos terraços das cidades
nas eiras das aldeias
na dolorosa intimidade dos amantes
no sonho desnudado
e que a crença, a esperança e o amanhã nos incendeiem a tranquilidade rotineira das nossas vidas frouxas!
sábado, 18 de fevereiro de 2017
Estou farta!
Estou farta
De esperar que a noite passe, depressa
Que os meus olhos almejem um pirilampo no escuro
Que o alcatrão se transforme em oceano
E que a tua água se misture na minha
Correndo tranquilamente até à foz!
De esperar que a noite passe, depressa
Que os meus olhos almejem um pirilampo no escuro
Que o alcatrão se transforme em oceano
E que a tua água se misture na minha
Correndo tranquilamente até à foz!
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017
Dia dos Namorados
O amor é uma vasta e diversificada sementeira.
É um imenso campo de flores.
É uma travessa recheada de chocolates.
É uma paleta de cores na mão do artista.
O amor é prender com gosto a cara ao infinito.
Aguardar com calma e responsabilidade o amanhã.
Por forma a sermos cada vez mais amantes.
Por forma a sermos cada vez mais UM!
É um imenso campo de flores.
É uma travessa recheada de chocolates.
É uma paleta de cores na mão do artista.
O amor é prender com gosto a cara ao infinito.
Aguardar com calma e responsabilidade o amanhã.
Por forma a sermos cada vez mais amantes.
Por forma a sermos cada vez mais UM!
sábado, 11 de fevereiro de 2017
Danças e andanças!
No rescaldo de uma actuação de dança, mãe e filha amparam o cansaço pelo desgaste despendido.
Aquele é o mundo delas, ou melhor, o mundo dela.
Com o tempo muito ocupado com as tarefas escolares, ainda assim não descarta atenção e interesse à sua dança contemporânea.
Não se consegue desligar daquela realidade dura, por ser ao fim de um dia de intenso labor, e incentiva tudo e todos a entrar numa corrida vertiginosa, quase alucinante!
Dança contemporânea, ballet, cha-cha-cha e outras andanças que eventualmente virão!
Tudo isto não passa impunemente pela pequena dançarina, que tenta cativar com carisma e verdade, aqueles que a rodeiam.
Gera laços, alguns até impensáveis.
Vive cenários, imagina discursos, lidera processos.
Coerente, apesar dos seus tenros dez anos, verbaliza ter pena que este Mundo, que é o nosso, não tente proteger e honrar mais a cultura.
Neste caso concreto, a Arte de Dançar!!!
Aquele é o mundo delas, ou melhor, o mundo dela.
Com o tempo muito ocupado com as tarefas escolares, ainda assim não descarta atenção e interesse à sua dança contemporânea.
Não se consegue desligar daquela realidade dura, por ser ao fim de um dia de intenso labor, e incentiva tudo e todos a entrar numa corrida vertiginosa, quase alucinante!
Dança contemporânea, ballet, cha-cha-cha e outras andanças que eventualmente virão!
Tudo isto não passa impunemente pela pequena dançarina, que tenta cativar com carisma e verdade, aqueles que a rodeiam.
Gera laços, alguns até impensáveis.
Vive cenários, imagina discursos, lidera processos.
Coerente, apesar dos seus tenros dez anos, verbaliza ter pena que este Mundo, que é o nosso, não tente proteger e honrar mais a cultura.
Neste caso concreto, a Arte de Dançar!!!
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017
Vira o disco e toca o mesmo
Era uma adolescente inexperiente.
Alegre, risonha, comunicativa, bem disposta.
Amiga de brincar, cantarolar e dançar.
Bonita e com algo sedutor, ao tempo.
Atrevida e misteriosa.
Tornava-se assim numa personagem querida por todos.
Não tinha maldade e a generosidade era um predicado que lhe era inato.
Familiares, vizinhos, amigos, novos e velhos, letrados e menos cultos, todos repartiam com ela, afavelmente, beijos e abraços ao longo da aldeia.
Quando chegava e quando partia.
Contavam-lhe os seus dramas, procurando nela conforto e incentivo para a resolução dos problemas.
Agradava-lhes que aqueles olhos grandes pousassem nos seus como dois holofotes, e que aquele sorriso, rasgado, lhes proporcionasse a redenção para os seus pecados.
Aquela miúda, magra e bem composta, que ia de Lisboa para a aldeia sempre que havia férias, era sem dúvida uma garota feliz.
De personalidade forte e apaixonada, determinada, por vezes até controversa.
Possuía muitas coisas que não existiam na aldeia.
Entre elas um gira-discos, onde os pequenos vinis ( Elvis Presley, Paul Anka, Pat Boone e outros ), rodavam ao domingo à tarde, sem parar.
Na casa da Albertina.
Devoluta, na rua de seus avós que, com a influência prestimosa de seu pai, lhes foi emprestada para esse fim.
Foi uma fase importante da sua vida.
Ali se juntavam rapazes e raparigas, daquela e de outras aldeias, para passar as tardes de domingo.
Chegava a ser obsessiva a ideia da chegada do domingo à tarde.
Ela, queria estar lá e ser a anfitriã!
Reforçava laços de amizade entre todos.
Assim nasceu uma tertúlia, num tempo risonho, sem dramas nem complicações.
O tempo rolava e a casa da Albertina adquiria a tendência natural de alcançar o seu auge.
No pico máximo da sua existência, apareceu um bonito rapaz, de olhos verdes que depressa se apoderou de amores pela rapariga e aí começou a nascer um mundo de mudança.
Começava a dizer-se adeus aos tempos de antes.
Ele, era muito ciumento. De tudo e de todos.
Ela, já não podia ser a jovem alegre e comunicativa de antigamente.
Os domingos estavam a morrer na casa da Albertina porque os dois, eram então, namorados!
A adolescente combativa viu, passados dois ou três anos, o desmoronar da casa onde tantas horas tinha vivido alegremente.
Deu a notícia aos amigos que, tragicamente, encararam a realidade.
Acabou-se, não há mais tardes de domingo!
Ficaram fulminados com a notícia.
Cada um teria que encontrar novo caminho, nova diversão.
Os dois namorados continuavam mas ele ia pagando o preço amargo do seu ciúme doentio!
Ela, continuava a olhar o mundo com olhos de uma esperança arrepiante.
Esperava, até, convictamente, que o namoro acabasse.
E assim foi, um belo dia em Lisboa teve o seu término.
Sem solenidade. Sem enfatismo. Naturalmente.
Em Dezembro passado, teve conhecimento que o gira-discos continua lá na aldeia, na posse de um primo bêbado que, sem álcool, lhe prometeu devolver-lho!!!
Alegre, risonha, comunicativa, bem disposta.
Amiga de brincar, cantarolar e dançar.
Bonita e com algo sedutor, ao tempo.
Atrevida e misteriosa.
Tornava-se assim numa personagem querida por todos.
Não tinha maldade e a generosidade era um predicado que lhe era inato.
Familiares, vizinhos, amigos, novos e velhos, letrados e menos cultos, todos repartiam com ela, afavelmente, beijos e abraços ao longo da aldeia.
Quando chegava e quando partia.
Contavam-lhe os seus dramas, procurando nela conforto e incentivo para a resolução dos problemas.
Agradava-lhes que aqueles olhos grandes pousassem nos seus como dois holofotes, e que aquele sorriso, rasgado, lhes proporcionasse a redenção para os seus pecados.
Aquela miúda, magra e bem composta, que ia de Lisboa para a aldeia sempre que havia férias, era sem dúvida uma garota feliz.
De personalidade forte e apaixonada, determinada, por vezes até controversa.
Possuía muitas coisas que não existiam na aldeia.
Entre elas um gira-discos, onde os pequenos vinis ( Elvis Presley, Paul Anka, Pat Boone e outros ), rodavam ao domingo à tarde, sem parar.
Na casa da Albertina.
Devoluta, na rua de seus avós que, com a influência prestimosa de seu pai, lhes foi emprestada para esse fim.
Foi uma fase importante da sua vida.
Ali se juntavam rapazes e raparigas, daquela e de outras aldeias, para passar as tardes de domingo.
Chegava a ser obsessiva a ideia da chegada do domingo à tarde.
Ela, queria estar lá e ser a anfitriã!
Reforçava laços de amizade entre todos.
Assim nasceu uma tertúlia, num tempo risonho, sem dramas nem complicações.
O tempo rolava e a casa da Albertina adquiria a tendência natural de alcançar o seu auge.
No pico máximo da sua existência, apareceu um bonito rapaz, de olhos verdes que depressa se apoderou de amores pela rapariga e aí começou a nascer um mundo de mudança.
Começava a dizer-se adeus aos tempos de antes.
Ele, era muito ciumento. De tudo e de todos.
Ela, já não podia ser a jovem alegre e comunicativa de antigamente.
Os domingos estavam a morrer na casa da Albertina porque os dois, eram então, namorados!
A adolescente combativa viu, passados dois ou três anos, o desmoronar da casa onde tantas horas tinha vivido alegremente.
Deu a notícia aos amigos que, tragicamente, encararam a realidade.
Acabou-se, não há mais tardes de domingo!
Ficaram fulminados com a notícia.
Cada um teria que encontrar novo caminho, nova diversão.
Os dois namorados continuavam mas ele ia pagando o preço amargo do seu ciúme doentio!
Ela, continuava a olhar o mundo com olhos de uma esperança arrepiante.
Esperava, até, convictamente, que o namoro acabasse.
E assim foi, um belo dia em Lisboa teve o seu término.
Sem solenidade. Sem enfatismo. Naturalmente.
Em Dezembro passado, teve conhecimento que o gira-discos continua lá na aldeia, na posse de um primo bêbado que, sem álcool, lhe prometeu devolver-lho!!!
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017
Ensaio do Coro
Entoo notas
Baixinho
Ao sabor do vento
Que desastradamente me empurra
P'ra baixo
Em sussurro
Pergunto
Com o amargo da imperfeição
Onde encontrar as notas da música
E o momento certo de as colocar
Procuro no mundo inteiro
Entre nuvens e céu
Entre terra e mar
Só em casa
Pausadamente
Enxergo a clave
Que dita o tom da canção
Baixinho
Ao sabor do vento
Que desastradamente me empurra
P'ra baixo
Em sussurro
Pergunto
Com o amargo da imperfeição
Onde encontrar as notas da música
E o momento certo de as colocar
Procuro no mundo inteiro
Entre nuvens e céu
Entre terra e mar
Só em casa
Pausadamente
Enxergo a clave
Que dita o tom da canção
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017
Tu
(by Carlos Alexandre, acrílico sobre tela)
Observas o mundo
Através das pinceladas mágicas do artista
Com olhos atentos
Confiantes
Ao longe
Vislumbras uma auréola esbatida
Que te envolve o pensamento
E te molda a imaginação
Com teu sorrriso frequente
Partilhas o retrato com o pintor
Que ficará para sempre
Suspenso na parede
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