segunda-feira, 25 de julho de 2016

Oeste


Fui à aldeia. Numa viagem esperada.

Vacilava a cada quilómetro de alcatrão esburacado, a cada curva mais apertada e a cada rajada de vento que soprava por entre as folhas dos eucaliptos que, de tantas caírem, se transformavam em tapete à espera da minha chegada.

Saí do carro. Deparei-me com um luxuriante jardim que, de tão bonito e bem tratado, me deixava envergonhada por não o beijar e abraçar.

Era feito de manto verde, salpicado com malvas coloridas, onde sobressaiam umas centenárias oliveiras que me levavam a idolatrá-las.
Choravam comigo os amores e desamores da vida, porque lhos confidenciara e sussurravam-me que a indiferença que eu parecia mostrar, era apenas e só a máscara para todo o receoso desejo de ali estar.

Entrei em casa. Olhei à volta. Vi folhas caídas nuns metros quadrados inúteis e uma cama atrevida onde me estiracei para o meu descanso habitual. Adormeci.

Mais tarde, com uma picada de mosca que me fez acordar, voltei a olhar e concluí que tudo ali estava cinzento, inerte e com falta de calor humano, o que me entristecia.

Rapidamente pensei, é hora de mudar o cenário.
Vou fazê-lo e convidá-lo a visitar-me. Lá!!!

6 comentários:

  1. Para a próxima não te deites...e fica no jardim, no telheiro, com o calor das flores e da vegetação...bem melhor do que o humano!

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    1. OK. Mas continuo a dizer que não há nada como o calor humano.
      Para mim insubstituível!

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  2. Bem isto soa a convite, lá vou ter que me sacrificar... ;)

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    1. Soa-te bem.
      É mesmo um convite só que preciso saber quando vais de férias para poder organizar as coisas convenientemente.

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