Chove lá fora
O vento assobia
O frio corta os lábios
No cieiro disfarçado
Cá dentro
A lareira acesa
As paredes com rachas
Enchem-se de calor
Em cima da mesa
Indiferente
Miguel Torga vê a criação do mundo
Com a patine dos anos
Fecho o portátil
Embrulho-me nas labaredas
Em dança de ventre
Sensual
Apetecida
Os olhos ensonados
Meio abertos meio fechados
Anseiam a visita do gato
Em passadas largas no telhado
Junto ao fumeiro
Adormeço
Também nós vemos a criação do mundo com espanto, incessantemente perguntamos para que serve tudo isto, mesmo que um gato, de preferência preto, indiferentemente, passeie nos telhados da nossa insónia.
ResponderEliminarServe para muito pouco; mesmo que um gato preto se enrosque em nós, até à noite em que a insónia se esconda com medo!
EliminarSob o signo da chuva :)
ResponderEliminarTemos que aguentar o Inverno que se atrasou a apanhar o
EliminarInter-Cidades!😉
Só os poetas sabem transformar a banalidade em momentos de encantamento e magia.
ResponderEliminarE Miguel Torga é sempre uma excelente companhia!
Adoro Miguel Torga, é uma paixão!
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