O corpo segue em " Z "
Num tempo que termina
Onde as horas são segundos
Sem demora
Os passos largos e descoordenados
Definem a aflição do momento
Tronco curvado
Atirado contra as paredes
Com sufocações lancinantes
De urso moribundo
Tez vermelha roxa pardacenta
Busca incessantemente a porta de saída
À espera da ajuda
Que não sobe nem desce de elevador
Porque ninguém apareceu com força suficiente para me dar um forte abraço pelas costas que comprimisse o diafragma para me desengasgar, ia morrendo asfixiado no patamar do meu apartamento, perante os olhares impotentes de minha mulher e uma idosa vizinha. Atirar-me violentamente contra as paredes salvou-me a vida.
ResponderEliminarMeu Deus!
EliminarNão sabia o que fazer!!!
Na memória dos presentes ficará sempre a lembrança de como a morte se insinua sem pré-aviso. Na poesia fica este retrato realista, rápido, essencial, de uma situação deveras assustadora.
ResponderEliminarAs mortes não anunciadas são mais dramáticas!
EliminarMeu querido António, falas/escreves, como se tivesses vivido o momento.
EliminarSe uma morte nestas condições pode ser dramática, a impotência para fazer o que quer que seja, é assustadora.
Fiquei de rastos!
Credo! Ainda não era a tua vez Armando!
ResponderEliminarPois não.Fica para a próxima, Fernandinha!
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