Para esquecer o olhar
Que há muito não vejo
Para adoçar a boca
Que há muito não beija
Para esvaziar a mente
Que há muito não sonha
Para iludir a alma
Que há muito não ama
Para dar de beber à dor
Que há muito me dói
Para ouvir o silêncio
Que há muito me ensurdece
Para apagar a luz
Que há muito me cega
Para esquecer que me embebedo
Bebo
Para uma abstémia como tu, a bebedeira de que falas é um paradigma da metáfora poética. Continua a beber ou, se preferires, escreve até esvaziares a garrafa.
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