Espero as torradas
Olho o vento
Pela vidraça da cozinha
Os sonhos
Ainda mal acordados
Esgueiram-se até ao pátio
As flores
A ondular lilás
Parecem-me balões de S. João
Ainda estou a dormir...
sábado, 30 de maio de 2020
terça-feira, 26 de maio de 2020
Corona Vírus
Uma casa sem tecto
Chão sujo para brincar
As pedras são bancos
Os cactos enfeites
As árvores paredes
Da caruma faço lápis
E dos pinhões letras
Monto palavras
Curtas
Soltas
Escritas no chão
Acabam por se esconder
Com medo de mim
Chão sujo para brincar
As pedras são bancos
Os cactos enfeites
As árvores paredes
Da caruma faço lápis
E dos pinhões letras
Monto palavras
Curtas
Soltas
Escritas no chão
Acabam por se esconder
Com medo de mim
segunda-feira, 18 de maio de 2020
Bebo
Para esquecer o olhar
Que há muito não vejo
Para adoçar a boca
Que há muito não beija
Para esvaziar a mente
Que há muito não sonha
Para iludir a alma
Que há muito não ama
Para dar de beber à dor
Que há muito me dói
Para ouvir o silêncio
Que há muito me ensurdece
Para apagar a luz
Que há muito me cega
Para esquecer que me embebedo
Bebo
quarta-feira, 6 de maio de 2020
Da janela do meu quarto
Abro a janela do quarto
Respiro fundo
Sonho o amanhã
Deixo na cama
Incerteza
Felicidade
Alegria
Tristeza
E a olhar para mim
A blusa que já não me serve
Respiro fundo
Sonho o amanhã
Deixo na cama
Incerteza
Felicidade
Alegria
Tristeza
E a olhar para mim
A blusa que já não me serve
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