Atordoada
Atravesso no local habitual
Degusto meia dúzia de degraus polvilhados de fina canela
Enterro-me na areia escaldante
E num mar gelado que me fustiga as pernas
Contente
Canto baixinho para que ninguém me ouça
Danço pequenos passos ao sabor da rebentação
Ao longe vislumbro a Berlenga
Risonha e poética
Olho de novo o mar
Com a brisa que se faz sentir ao fim do dia
Fico a cobiçar a mulher gorda
Que de soslaio me sorri
E corre a mergulhar