O sol nasceu
A azeda floriu
Trinquei o trevo
Fiquei feliz
O vento trouxe-me lembranças
Dos bons sabores do passado
E a meus pés
Outra azeda floriu
O sol nasceu
A azeda floriu
Trinquei o trevo
Fiquei feliz
O vento trouxe-me lembranças
Dos bons sabores do passado
E a meus pés
Outra azeda floriu
Duas pedras uma tábua
Encostadas a uma parede velha
De uma adega não menos decrépita
Sempre pronta a receber forasteiros
A ouvir histórias hilariantes e falsas
De quem bebe vinho como água
De quem apanha uma taínha por espadarte
De quem por cortesia diz bom dia
De quem por triste sina não tem eira nem beira
Duas pedras uma tábua
Encostadas ao tempo
À espera da intempérie
Do cansaço do trabalhador rural
De um casal de namorados
À espera de um viúvo que cisma com a vizinha do lado
Um banco
Sem ninguém que lhe ligue
Retrato adormecido do que foi
Frágil carcomido sem sombra
À espera que o Sol o aqueça